12 de fevereiro de 2008

Obesidade avança no Brasil

O impacto da obesidade no Brasil é maior do que o imaginado. A obesidade mórbida – a forma mais severa de excesso de peso, associada ao risco de numerosas doenças – teve um aumento de 255% nas últimas três décadas no país. Uma pesquisa inédita revelou que o Brasil tem pelo menos 609 mil obesos mórbidos entre a população de 20 anos ou mais. De 1974 a 2003, esse número cresceu 255%, como mostrou a dissertação de mestrado da médica Isabella Vasconcellos de Oliveira, elaborada na Universidade de Brasília (UnB).

Usando dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE, realizada entre 2002 e 2003, o estudo indicou que 0,64% da população brasileira adulta sofria da doença naquele período. O percentual é menor do que os 4,9% registrados nos Estados Unidos, mas alto o suficiente para demonstrar que é preciso investir em campanhas de prevenção.

É o que afirma a pesquisadora da UnB orientadora da dissertação, Leonor Maria Pacheco Santos. Segundo ela, o alto número de obesos mórbidos deixa claro que é inviável enfrentar o problema apenas com cirurgias de redução de estômago. De 1999 a 2006, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou apenas 10.365 operações, ao custo de R$32 milhões. Em 2006, isoladamente, foram 2.517 (R$8 milhões).

– Não é pela cirurgia que vamos conter a epidemia. É pela prevenção – diz Leonor.

Ela é também coordenadora-geral de Avaliação e Monitoramento do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, pasta responsável pelo Bolsa Família. Leonor diz que o Brasil vive uma situação aparentemente contraditória: de um lado, tenta reduzir a desnutrição principalmente no semi-árido; de outro, luta contra a obesidade. O pior é que os mais pobres são justamente as maiores vítimas do excesso de peso.

– Parece uma incoerência que as pessoas de baixa renda tenham excesso de gordura. Isso ocorre por conta da má alimentação, rica em gorduras, frituras, biscoitos. Convivemos com dois mundos: resquícios de população desnutrida que morre de diarréia e doenças infecciosas e a maioria, que tem como causa principal de morte as doenças cardiovasculares – diz Leonor.

A classificação da obesidade mórbida leva em conta a altura e o peso. Uma pessoa de 1,70 metro, por exemplo, será considerada obesa mórbida se pesar 116 quilos ou mais. Nesse caso, ela terá índice de massa corporal (IMC) igual ou maior do que 40. A cirurgia bariátrica, como é chamada a redução de estômago, é recomendada a partir desse índice. Obesos que sofrem de diabetes ou hipertensão e têm IMC igual ou maior do que 35 também podem se submeter à operação.

Leonor enfatiza que a cirurgia envolve riscos. Segundo ela, em 1% dos casos os obesos morrem em decorrência da cirurgia. Antes é preciso fazer tratamento com psicólogo e nutricionista. Isabella, que apresentou a dissertação em dezembro e foi aprovada no mestrado em Ciências da Saúde, informa que não havia estimativa precisa do número de obesos mórbidos no país. A POF coleta dados de altura e peso da população, mas faltava alguém calcular os casos de obesidade.

– A informação estava oculta dentro do banco de dados do IBGE – diz Isabella.

Em 1989, a prevalência da doença era de 0,33% entre a população adulta, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição; em 1974 e 1975, de 0,18%, conforme o Estudo Nacional de Despesa Familiar (Endef).

O Globo

12 de fevereiro de 2008

Saúde da Família ultrapassa a marca dos 50% de brasileiros atendidos

No ano em que completa 15 anos de existência, o Programa de Saúde da Família ultrapassou neste mês a cobertura de 50% da população brasileira. O número de equipes superou os 27,3 mil, garantindo assistência para 93 milhões de brasileiros. A estratégia busca remodelar a atenção à saúde no país, realizando ações de promoção à saúde, prevenção e cuidados que evitem o surgimento ou o agravo de doenças das pessoas atendidas.

“A Saúde da Família é uma das prioridades deste governo. Os índices são bastante claros. Onde as equipes estão presentes, a vacinação aumenta, as grávidas fazem mais exames de pré-natal, as internações diminuem e a mortalidade infantil cai”, afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. A estratégia é uma das bases do programa Mais Saúde, lançado em dezembro.

Na região Norte, a expansão do Saúde da Família, entre dezembro de 2002 e hoje, foi de 68,5%. No Nordeste, de 68,4%, no Sudeste, de 66,7%, no Sul, de 58,2% e no Centro Oeste, de 34,9%.

Desde 2003, o governo federal, em parceria com os estados e municípios, implementou 10.600 equipes de saúde da família e aumentou de R$ 1,6 bilhão para R$ 4,1 bilhões os repasses para a ação.

Cada equipe de saúde da família é composta por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e em média seis agentes comunitários. O trabalho da equipe é fazer o acompanhamento de saúde da comunidade em que estão inseridos, prestando atenção integral (ações de promoção, prevenção e reabilitação) à população.

Segundo o secretário de Atenção à Saúde, José Carvalho de Noronha, a atenção básica à saúde, na qual se insere a estratégia de Saúde da Família, deve ser entendida com a porta de entrada do Sistema Único de Saúde. Neste nível de serviço, a população tem acesso ao atendimento através das equipes de Saúde da Família.

“Estudos demonstram que a atenção básica é capaz de resolver até 80% das necessidades e problemas de saúde da população. Quem é atendido pela atenção básica pode ser encaminhado a outros níveis de atendimento, caso precise de algo mais especializado”, afirma o secretário.

Um estudo do Ministério da Saúde analisou o programa Saúde da Família entre os anos de 1998 e 2004. Entre os resultados temos que o registro de óbitos em menores de um ano de idade por causas mal definidas, por exemplo, baixou de 22,3%, em 1998, para 10,9%, em 2003 (dados de 2004), no conjunto de municípios com 70% ou mais de cobertura do PSF. No mesmo período, a proporção de recém-nascidos com mães sem nenhuma consulta de pré-natal também caiu em todos os grupos de municípios, principalmente naqueles com alta cobertura do programa. A queda foi de 8,54%, em 1998, para 2,95%, em 2003.

O número de internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 40 anos ou mais, por sua vez, é um indicador que reflete a evolução das ações de atenção básica no controle das doenças hipertensivas. Percebe-se que, nesse período, as taxas de internação no grupo de municípios com maior cobertura do PSF caíram de 52,30 por grupo de 10.000 habitantes para 37,7 por grupo de 10.000. Além disso, destacamos também que, associado ao Bolsa Família, a Saúde da Família foi responsável pela diminuição em 52% das desnutrição infantil.

Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde, entre 1998 e 2004, demonstra que os municípios com maior cobertura do Programa Saúde da Família obtiveram avanços significativos em indicadores que demonstram a efetividade da atenção básica. O registro de óbitos  por causas mal definidas em menores de um ano de idade, por exemplo, baixou de 22,3%, em 1998, para 10,9%, em 2003 (dados de 2004).  No mesmo período, a proporção de recém-nascidos com mães sem nenhuma consulta de pré-natal caiu de 8,54% para 2,95%. Por outro lado, o número de internações por Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população de 40 anos ou mais, reduziu-se de 52,30 para 37,7 por grupo de 10.000 habitantes, refletindo o impacto positivo  das ações de atenção básica no controle das doenças hipertensivas. Além disso, destaca-se também que, associado ao Bolsa Família, a Saúde da Família foi responsável pela diminuição em 52% das desnutrição infantil

Diante de tantos dados positivos a Saúde da Família vêm ano após anos se consolidando como uma proposta vencedora e a mais adequada para o enfrentamento dos problemas de saúde mais comuns da população brasileira.

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11 de fevereiro de 2008

Entidades publicam nota em defesa de R$ 58 bilhões para a saúde

A defesa de um financiamento definitivo e suficiente para a área da Saúde, e a imediata regulamentação da Emenda Constitucional 29. Estes foram os assuntos de uma reunião ocorrida no dia 30/1, na sede do Conselho Nacional de Secretários de Saúde – CONASS, em Brasília, entre entidades do setor de saúde. Foram discutidas estratégias de atuação conjunta e de mobilização, além da definição de valores necessários para o funcionamento eficiente do Sistema Único de Saúde – SUS. Também foi elaborada uma nota na qual é reafirmada a articulação das entidades.

 

Leia a nota na Íntegra

 

 

NOTA EM DEFESA DA SAÚDE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

As entidades abaixo assinadas, reunidas em Brasília no dia 30 de janeiro de 2008, reafirmam sua articulação em defesa do SUS e Seguridade Social.  

Defendem a continuidade de luta por um financiamento definido, definitivo e suficiente que deverá ser assegurada pela votação imediata no Congresso Nacional da regulamentação da EC-29. 

Defendem como recursos mínimos indispensáveis à saúde, aqueles negociados entre o Governo e Oposição no dia 12 de dezembro de 2007, no Senado Federal.  

Defendem a proposta de regulamentação da EC-29, discutida e aprovada nas últimas Conferências Nacionais de Saúde e no Conselho Nacional de Saúde e pelas várias entidades do movimento social, pelos Conselhos de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde (CONASS-CONASEMS), pelas Comissões Temáticas da Câmara e do Senado e negociada no Senado constante do relatório do Senador Augusto Botelho: mínimo de 10% da Receita Corrente Bruta da União de forma escalonada, 12% da Receita de Impostos dos Estados e 15% da Receita de Impostos dos Municípios e com o conteúdo normativo do PLP 01, aprovado na Câmara.  

Defendem uma proposta de recursos federais para a saúde para o ano de 2008, tendo como ponto de partida para melhorar a eficiência e qualidade R$ 58bi.  

Defendem a busca de todas as alternativas possíveis para que se garanta fonte de receita que assegure financiamento definido, definitivo e suficiente para a saúde.  

PRÓXIMOS PASSOS:

1.      Definiu-se a necessidade de construir uma agenda de mobilização para a aprovação imediata da Regulamentação da Emenda Constitucional 29.

2.      Será solicitada audiência pública no Senado Federal já no mês de fevereiro para discutir a regulamentação da EC-29.

 

 

 

O Coffito esteve na reunião, representado pela vice-presidente, Dra. Ana Cristhina de Oliveira Brasil, que é membro do Conselho Nacional de Saúde. De acordo com ela, a reunião reafirmou a necessidade urgente do SUS.

 

8 de fevereiro de 2008

Presidente do Coffito é entrevistado no programa Mercado Novo, da Rádio Nacional

O presidente do Coffito, Dr. José Euclides Poubel, participa hoje do programa Mercado Novo, da Rádio Nacional. Na entrevista ele fala sobre a atuação e o mercado de trabalho para Fisioterapia e Terapia Ocupacional no Brasil.

 

O programa vai ao ar a partir das 11h no Rio de Janeiro (ao vivo) e é retransmitido para Brasília e Região Amazônica às 13h. A participação do presidente está prevista às 11h35. Você pode acompanhar a entrevista na internet:

 

 

A partir das 11h: http://www.radiobras.gov.br/estatico/radio_nacional_rj.htm

 

 

Às 13hhttp://www.radiobras.gov.br/estatico/radio_nacional_amazonia.htm

Mercado Novo é um programa jornalístico que aborda temas como, educação e renda, focados no trabalho e em suas diferentes formas. Do emprego formal, passando pela economia solidária, o empreendedorismo e cooperativas.

 

Agência Coffito

6 de fevereiro de 2008

Saúde amplia acesso a medicamentos básicos

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, autorizou a liberação de R$ 754 milhões para a aquisição de medicamentos da Atenção Básica. Além deste montante, o Ministério da Saúde também liberou R$ 125 milhões para a compra de insulina.

Em todo o país, 90% de toda insulina humana consumida é fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Esses medicamentos beneficiam a maioria da população brasileira em tratamentos preventivos e, portanto, prioritários”, destaca Temporão. Apesar da perda de R$ 24 bilhões de receita para a Saúde, até 2011, o ministro manterá a meta para Atenção Básica prevista no “Mais Saúde”, plano estratégico lançado em dezembro do ano passado, para qualificar o SUS e ampliar o atendimento para a população.

A nova portaria traz um elenco de medicamentos para a Atenção Básica. Ao todo, são 82 medicamentos usados no combate aos principais problemas de saúde do dia-a-dia. No elenco estão: hipertensivos, antidepressivos leves, antibióticos, antiinflamatórios, medicamentos para asma, rinite, diabetes, saúde mental, além de fitoterápicos e homeopáticos.

Outra novidade é a ampliação dos medicamentos e insumos fornecidos aos insulino dependentes pelo SUS. Os R$ 125 milhões previstos serão utilizados na compra e fornecimento das insulinas humana e regular. Ao todo, serão mais de 10 milhões de frascos. A portaria regulamenta também o fornecimento, pelos municípios, de seringas, lancetas e tiras reagentes para o controle da glicemia, já que o custeio da insulina é feito integralmente pelo Ministério da Saúde. 

"É importante que a população saiba que existem recursos federais no município para a compra de medicamentos na unidade de saúde. É preciso cobrar do gestor", afirmou o ministro. Ele acredita que essas medidas criam condições para os gestores municipais ampliarem o acesso da população usuária do SUS aos medicamentos essenciais. "Amplia ao mesmo tempo a capacidade de gestão e a resposta aos usuários do Sistema, o que possibilita maior agilidade nos processos de aquisição e de distribuição dos medicamentos", completou o ministro.

O financiamento para a assistência farmacêutica na Atenção Básica permanece tripartite, ou seja, entram recursos dos governos federal, estadual e municipal. Assim, os valores mínimos a serem aplicados, por habitante/ano, ficam assim distribuídos: R$ 4,10 para a União, R$ 1,50 para estados e DF e R$ 1,50 para os municípios. O que representa investimento de R$ 1,3 bilhão – R$ 754 milhões repassados pelo Ministério da Saúde e R$ 550 milhões pelos estados e municípios.

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6 de fevereiro de 2008

Ministério da Saúde confirma 50ª notificação de suspeita de febre amarela no país

Brasília – O Ministério da Saúde já contabilizou 50 notificações de suspeitas de febre amarela no país. Ainda em análise, o último caso é de uma pessoa que mora em Minas Gerais e que, provavelmente, foi infectada em área de mata de Goiás. O ministério não informou o nome, o sexo ou a idade do doente.

Embora as autoridades de Saúde já tenham descartado a infecção por febre amarela em 21 dos 50 casos, outras quatro ocorrências continuam sob análise. Os casos confirmados da doença totalizam 25, sendo que 13 deles resultaram na morte do infectado.

Segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, os prováveis locais de infecção já confirmados ocorreram em áreas silvestres de Goiás, do Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal, que, das 25 confirmações, registraram, respectivamente, 18, quatro e três ocorrências.

Entre os infectados, há 17 homens, com idades variando de 22 a 64 anos. O ministério alega não ter sido possível comprovar se 92% foram vacinados. Os 8% restantes haviam sido vacinados há mais de dez anos.

O primeiro caso de febre amarela silvestre foi confirmado no dia 17 de dezembro de 2007. O último caso, ainda sob suspeita, foi registrado no dia 21 de janeiro de 2008.

Ainda segundo o ministério, entre janeiro e novembro de 2007, 46 localidades de todo o Brasil notificaram que macacos haviam morrido em condições suspeitas. Destas notificações, em apenas quatro localidades foi verificada a ocorrência de febre amarela silvestre.

Já de dezembro de 2007 até hoje (6), já foram notificadas mortes de macacos em 249 localidades de 141 municípios.

O ministério informou que 11,471 milhões doses de vacinas contra a doença já foram distribuídas em todos os estados e no Distrito Federal desde dezembro passado.

Segundo informações repassadas pelos próprios estados e o Distrito Federal, 92% destas doses foram aplicadas durante o mês de janeiro. Foram registrados 47 casos de reações adversas à vacina, sendo que 21 pacientes tiveram de ser hospitalizados.

O ministério assegurou que os critérios para a distribuição de vacinas têm observado a ocorrência de casos humanos e animais de febre amarela silvestre. Como as pessoas foram infectadas em uma área geográfica que compreende o Distrito Federal, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul e as regiões noroeste de Minas Gerais e de São Paulo, o ministério recomenda que tomem a vacina as pessoas não vacinadas nos últimos 10 anos, residentes ou que se dirijam para as áreas afetadas, desaconselhando a revacinação em período inferior a 10 anos da última dose.

Outra recomendação às secretarias estaduais de Saúde das áreas afetadas é dar prioridade na vacinação de quem ainda não tenha recebido a primeira dose, além de investigar devidamente cada registro de morte de macaco.

Agência Brasil

6 de fevereiro de 2008

Aborto foi tema polêmico na agenda política e social do ano passado

Brasília – A prática do aborto foi um tema polêmico na agenda política e social do ano passado, quando a descriminalização foi abordada pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão: em abril ele defendeu a realização de um plebiscito para decidir se deveria ou não ser legalizada no país essa prática. 

Hoje (6), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou oficialmente a Campanha da Fraternidade 2008, com o tema da defesa da vida e o lema Escolhe, pois, a vida!.

A proposta de descriminalização do aborto foi aprovada pela maioria das 2,5 mil mulheres que em agosto de 2007 participaram da Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres. Já 70% dos participantes da 13ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em novembro, decidiram retirar a recomendação do relatório final do encontro.

Outra polêmica relacionada ao aborto se deu em torno da chamada pílula do dia seguinte. Considerada abortiva por algumas entidades, entre elas a CNBB, trata-se de um método contraceptivo emergencial para impedir a ocorrência de uma gravidez mesmo após a concepção.

Ainda em janeiro de 2007, resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) liberava os médicos para indicar a pílula como um contraceptivo emergencial. Um ano depois, em janeiro último, as Secretarias Municipais de Saúde de Recife, Olinda e Paulista, em Pernambuco, anunciaram que ofereceriam a pílula em postos montados durante o carnaval.

Atualmente, tramitam no Senado Federal três projetos de lei sobre o aborto: o 183/04, que inclui entre os permitidos os casos em que o feto se desenvolve sem cérebro (anencéfalo); o 227/04, que retira a punição dos casos de aborto de fetos anencéfalos; e o 312/04, que retira do Código Penal a interrupção de gravidez como crime.

Na Câmara dos Deputados, 19 propostas tratam diretamente do assunto (ao todo, são 141 itens). Sete delas são contra o aborto e pedem a revogação dos direitos já garantidos (como nos casos de estupro ou risco de morte para a mãe) ou a tipificação do aborto como crime hediondo. Nove projetos são favoráveis ao aborto em casos específicos e um deles pede a descriminalização total.

O Projeto de Lei 1135/91, que espera votação na Câmara há 16 anos, retira do Código Penal o artigo que pune a mulher com detenção nos casos de aborto. Entre os mais recentes, o 478/07 cria o Estatuto do Nascituro: de autoria do deputado Luiz Bassuma (PT-BA), proíbe a manipulação, o congelamento, o descarte e o comércio de embriões humanos.

Dados do Ministério da Saúde mostram que o aborto é a quarta causa de óbito materno no país e a curetagem (procedimento de raspagem uterina feita após abortos), o segundo procedimento obstétrico mais praticado no Sistema Único de Saúde (SUS), superado apenas pelos partos. O ministério também estima que 31% das gestações terminam em aborto, o que daria aproximadamente 1,4 milhão de casos, entre espontâneos e provocados.

De acordo com a organização não-governamental Rede Feminista de Saúde, são realizados a cada ano cerca de 220 mil procedimentos de curetagem pós-aborto na rede pública de saúde e aproximadamente 2 mil abortos legais. Os casos permitidos pela legislação são apenas os decorrentes de violência sexual ou risco de vida para a gestante.

Estudo divulgado em maio pela Federação Internacional de Planejamento Familiar (IPPF, na sigla em inglês) apontou o Brasil como responsável por 1 milhão de procedimentos de interrupção de gravidez a cada ano, de forma insegura. E revelou que a média brasileira em 2006 foi de 2,07 abortos induzidos por cada cem mulheres.

Agência Brasil

5 de fevereiro de 2008

Fiocruz vai se instalar em Moçambique, afirma responsável pela África no Itamaraty

Na segunda parte da entrevista sobre os conflitos pós-eleitorais no Quênia, o chefe do Departamento da África do Ministério das Relações Exteriores, Fernando Simas, comentou a corrupção no continente africano, as políticas de saúde, a crise humanitária no Sudão e a relação do Brasil com os países de língua portuguesa. Ele contou que está em fase final de tramitação a abertura de um escritório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Maputo, capital de Moçambique.

Agência Brasil: Na África, a gente sabe que existem alguns governos autoritários e corruptos. Como o Brasil tem se posicionado no relacionamento com esses governos?
Fernando Simas: Em primeiro lugar, você mesma lembrou que nós também saímos de um processo autoritário, portanto, conhecemos um pouco o que é viver um processo autoritário e o que implica sair de um processo autoritário. A nossa relação com países onde há governo de corte mais autoritário e centralizador certamente não é a de pretender dar lições. Nós, mais do que ninguém, entendemos que democracia é processo, democracia é construção, democracia é negociação política dentro de cada um desses países. Então, o que nós podemos e fazemos é mostrar como a sociedade brasileira, havendo saído de um processo autoritário, pôde resolver as suas divergências e construir um modelo de convivência política e de progresso, de desenvolvimento econômico, baseado na liberdade de expressão, no pluralismo político e na alternância do poder. A relação do Brasil com esses países não estabelece condicionalidade. O que nós buscamos é que se valorize a importância de uma convergência em torno de valores que são universais e que nós pregamos e praticamos.

ABr: Como está se desenvolvendo o intercâmbio de políticas de saúde e de segurança alimentar?
Simas: Está muito bem e também se ampliando. Eu vou dar um exemplo concreto. Está em fase final de tramitação a abertura de um escritório da Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz] em Maputo, Moçambique. Isso na seqüência da abertura de um escritório da Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] em Gana. Esses dois braços são muito importantes para a atuação do Brasil de forma geral no contexto africano. No caso de Maputo, por exemplo, além de a Fiocruz participar do desenvolvimento da Escola Nacional de Saúde de Moçambique, através inclusive de um mestrado em saúde pública, a Fiocruz e a Fiotec [Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde], conjuntamente, estão levando à frente um projeto de construção de uma fábrica de anti-retrovirais [medicamentos que combatem o vírus HIV] na cidade de Maputo, o que representa simbólica e efetivamente uma importante virada em termos de políticas de combate ao vírus HIV no contexto desse país e com uma irradiação para os demais países também. Da mesma forma, o [laboratório] Farmanguinhos tem um projeto também de uma fábrica de anti-retrovirais e de outros medicamentos na Nigéria. O escritório da Embrapa vem mapeando e levando à frente importantes projetos de cooperação, de tecnologia agrícola e de segurança alimentar, em alguns casos, desenvolvimento de sementes, adequação de culturas aos micro-sistemas ambientais de cada um desses países, em alguns deles com grande semelhanças ao nosso. Há toda uma faixa africana que tem um micro-clima muito parecido com o cerrado, por exemplo.

ABr: Outra questão é o Sudão. Por que o Brasil não deve participar da missão de paz em Darfur? Fomos informados de que o Brasil tem observadores no país, mas não na área do conflito em si (sul do país).
Simas: Acaba de entrar em operação a missão híbrida das Nações Unidas e da União Africana, e o pedido feito ao Brasil era de meios materiais, que infelizmente não pudemos atender. Por outro lado, o Brasil é um tradicional contribuinte das missões de paz das Nações Unidas. Nossa visão não é específica para o conflito em si nem a natureza dele, ela é apenas uma resposta de possibilidades de atendimento à solicitação recebida. Nós temos observadores em alguns casos. Temos observadores, por exemplo, na missão entre Etiópia e Eritréia e em Guiné-Bissau. Lideramos a missão de paz no Haiti e somos um contribuinte tradicional das missões de paz das Nações Unidas. A questão da resposta na Unamid [força de paz em Darfur] não tem nenhuma seletividade de nossa parte, apenas responde um problema de cunho técnico.

ABr: E as relações com os países de língua portuguesa, têm avançado?
Simas: Têm avançado e bem. Na recente reunião do Conselho Ministerial da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) que se realizou em Lisboa, no início de novembro, nós demos alguns passos importantes à frente, sobretudo através do reforço do ensino da língua portuguesa em Timor Leste e do reforço do Instituto da Língua Portuguesa, sediado em Cabo Verde. Além disso, temos um volume importante de recursos colocados pelo Brasil à disposição dos projetos de cooperação técnica da CPLP. Apenas no final de 2007, transferimos para o Fundo Especial da CPLP recursos da ordem de US$ 1 milhão, para continuar implementando os diferentes projetos da Comunidade.

Leia a primeira parte da entrevista.

 

Agência Brasil

1 de fevereiro de 2008

Mais Saúde: Municípios já podem organizar o Nasf para atender a população

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão autorizou a implementação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), que reunirão profissionais de diversas áreas no atendimento à população. A partir de agora, os municípios podem dar início ao projeto de criação do Nasf para atender a população local. Os núcleos integram o Mais Saúde, plano estratégico de saúde lançado em dezembro do ano passado e que contém ações para a ampliação da assistência e qualificação do Sistema Único de Saúde até 2011.

Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família são uma iniciativa que vai ampliar o número de profissionais vinculados às equipes do Saúde da Família (SF). Os núcleos reunirão profissionais das mais variadas áreas de saúde, como médicos (ginecologistas, pediatras e psiquiatras), professores de Educação Física, nutricionistas, acupunturistas, homeopatas, farmacêuticos, assistentes sociais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais. Esses profissionais atuarão em parceria e em conjunto com as equipes do Saúde da Família.

O objetivo dos núcleos é ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica, complementando o trabalho das equipes do SF. Podem ser instituídos dois tipos de Nasf: Nasf 1 e Nasf 2. O Nasf 1 deve ter, no mínimo, cinco profissionais de diferentes áreas, de acordo com as mencionadas acima – um núcleo não poderá ter dois nutricionistas, por exemplo. Cada núcleo deverá estar vinculado a, no mínimo, oito e, no máximo, 20 equipes do SF.

Excepcionalmente, em municípios da região Norte com até 100 mil habitantes, o Nasf 1 poderá estar vinculado a, no mínimo, cinco equipes do SF. Cada Nasf 1 implementado (após aprovação do projeto do município no Conselho Municipal de Saúde e na Comissão Intergestores Bipartite do estado) receberá do Ministério da Saúde R$ 20 mil mensais para a manutenção.

O Nasf 2 deve ter, no mínimo, três profissionais de diferentes áreas, estar vinculado a, no mínimo, três equipes do SF e só poderá ser implementado um núcleo por município. Esse município precisa ter densidade populacional abaixo de 10 habitantes por quilômetro quadrado, de acordo com os dados do IBGE de 2007. Por mês, o ministério repassará R$ 6 mil a cada Nasf 2 implementado.

Atividades – Os profissionais de cada núcleo devem identificar, em conjunto com a as equipes do SF e a comunidade, as atividades, as ações e as práticas a serem adotadas com cada área coberta. Fazem parte da estratégia de atuação dos núcleos promover a saúde e a qualidade de vida, como estratégia de prevenção de doenças. Por essa razão, destaca-se a importância da atuação multiprofissional, com professores de Educação Física e nutricionistas, entre outros.

Entre as inúmeras ações, os Nasf devem: desenvolver atividades físicas e práticas corporais; proporcionar educação permanente em nutrição; contribuir para a ampliação e valorização da utilização dos espaços públicos de convivência; implementar ações em homeopatia e acupuntura para a melhoria da qualidade de vida; promover ações multiprofissionais de reabilitação para reduzir a incapacidade e deficiências, permitindo a inclusão social; atender usuários e familiares em situação de risco psicossocial ou doença mental; criar estratégias para abordar problemas vinculados à violência e ao abuso de álcool; e apoiar as equipes do SF na abordagem e na atenção aos agravos severos ou persistentes na saúde de crianças e mulheres, entre outras ações.

Implementação – Para implementar o Nasf, o município deve elaborar projeto, contemplando o território de atuação, as atividades que serão desenvolvidas, os profissionais e sua forma de contratação com especificação de carga horária, identificação das equipes do SF vinculadas ao Nasf, e a unidade de saúde que credenciará o Nasf. Esse projeto deverá ser aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde e pela Comissão Intergestores Bipartite de cada estado. O Nasf foi criado pela portaria ministerial nº 154, publicada no Diário Oficial da União em 25 de janeiro deste ano.

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1 de fevereiro de 2008

Unifesp: concurso para professores adjuntos tem vagas para Fisio e TO

São 46 vagas abertas para os campi Baixada Santista e Diadema da Universidade Federal de São Paulo. Inscrições vão até dia 7 de fevereiro. Mais um edital será publicado até o fim deste mês, com 21 vagas na área de Humanas para a Unifesp Guarulhos. 

 

Campus Santos

001/2008 – 008/2008 – Docente Fisioterapia-Em PediatriaInscrições até 07/02/2008 às 16:00 horas
001/2008 – 009/2008 – Docente Fisioterapia-MusculoesqueléticInscrições até 07/02/2008 às 16:00 horas
001/2008 – 010/2008 – Docente Fisioterapia-CardiorrespiratórInscrições até 07/02/2008 às 16:00 horas
001/2008 – 011/2008 – Docente Fisioterapia-Saúde TrabalhadorInscrições até 07/02/2008 às 16:00 horas
001/2008 – 020/2008 – Docente T.O.-Disfunção FísicaInscrições até 07/02/2008 às 16:00 horas
001/2008 – 021/2008 – Docente T.O.-Saúde Do TrabalhadorInscrições até 07/02/2008 às 16:00 horas
001/2008 – 022/2008 – Docente T.O.-Ter. Ocup. À Saúde MentalInscrições até 07/02/2008 às 16:00 horas
001/2008 – 023/2008 – Docente T.O.-Ter. Ocup. Campo SocialInscrições até 07/02/2008 às 16:00 horas

A finalidade do concurso é prover vagas de professor adjunto nível I em regime de trabalho de 40 horas semanais ou dedicação exclusiva. Das 46 vagas, 24 são para a Unifesp Diadema e 22 para a Unifesp Baixada Santista.

A remuneração inicial é de R$ 3.581,05 ou R$ 5.549,41, conforme o regime por que o candidato optar. Além disso, é requisito para participação no concurso o título de doutor conferido por instituição brasileira ou, caso a pessoa tenha cursado doutorado em universidade estrangeira, revalidado por instituição nacional.

O edital pode ser acessado no site da Unifesp, no link “concursos públicos” ou no endereço http://www.unifesp.br/pradmin/drh/ . O boleto bancário e a ficha de inscrição devem ser obtidos no próprio site. O valor das inscrições é de R$ 89,52 para candidatos que optarem pelo regime de 40 horas e R$ 139,00 para candidatos em regime de dedicação exclusiva.

Inscrições devem ser feitas pessoalmente ou por procuração no campus de interesse do candidato, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 16h, até o dia 7 de fevereiro.

A Unifesp Diadema fica à rua Artur Riedel 275, Jardim Eldorado, Diadema. A unidade I do campus Baixada Santista, onde funciona a diretoria administrativa, está localizada à avenida Ana Costa, 95, 1º andar, bairro de Vila Matias, Santos.

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