4 de dezembro de 2007

CNS: Coffito participa de reunião da Comissão do Idoso

Os desafios trazidos pelo envelhecimento da população têm diversas dimensões e dificuldades, mas nada é mais justo do que garantir ao idoso a sua integração na comunidade. O envelhecimento da população influencia no consumo, impostos, pensões, mercado de trabalho, saúde e assistência médica, além da sociedade. E para garantir os direitos da terceira idade e fiscalizar e contribuir com a saúde dos idosos, a Comissão de Idosos do Conselho Nacional de Saúde se reuniu nesta terça-feria (4) para traçar as metas do próximo ano.   

 

Em 2008, a Comissão terá como prioridade acompanhar dois projetos do Ministério da Saúde: o Programa Nacional do Cuidador Formal da Pessoa Idosa e a Política Nacional da Pessoa Idosa. O Conselho quer apresentar estratégias que garantam que esses planos sejam aplicados em todas as regiões brasileiras.

 

A representante do Coffito na reunião, a diretora-tesoureira Dra. Maria Lívia Holsbach, destacou a importância da Comissão. "Nosso papel é auxiliar e assessorar os órgãos públicos em todas as esferas: municipais, estaduais e federais para que a lei seja cumprida. Pois os idosos não querem ser mais um peso para suas famílias, pelo contrário, eles querem participar ativamente tanto da sociedade, da vida funcional e na vida familiar", afirmou a terapeuta ocupacional. 

 

A Comissão também quer que sejam implementadas as portarias 702 e 249 do Ministério da Saúde. A primeira cria mecanismos para a organização e implantação de redes estaduais de assistência à saúde do idoso e a segunda regulariza essas redes.

 

Na reunião também foi discutida a mudança de perfil do idoso. Segundo Dra. Maria Lívia, o idoso está cada vez mais participando do mercado de trabalho. "A terceira idade tem toda a vivência e experiências obtidas ao longo da vida, que podem auxiliar e cooperar para que tanto as empresas quanto as instituições melhorem".

 

A próxima reunião está marcada para o dia 28 de fevereiro do ano que vem. A Comissão do Idoso vai convidar o coordenador geral do Programa Humaniza SUS para participar do encontro e desenvolver metas em conjunto. 

Agência Coffito

4 de dezembro de 2007

Nota EC 29

Veja a nota sobre a regulamentação da Emenda Constitucional 29, assinada por 42 entidades durante a Conferência Nacional de Saúde.

Clique aqui para ver a íntegra da nota

 

30 de novembro de 2007

Saúde é avaliada por governadores

A saúde pública é o tema central do fórum dos governadores do Nordeste, que acontece hoje, a partir das 10 horas, no Palácio da Aclamação, com a presença do ministro José Gomes Temporão (Saúde).

Estão certas as presenças dos governadores do Piauí, Wellington Dias (PT); do Ceará, Cid Gomes (PSB); do Rio Grande do Norte, Vilma de Faria (PSB); da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB) e de Sergipe, Marcelo Deda (PT).

No início da noite de ontem, a previsão do governador Jaques Wagner (PT), o anfitrião do encontro na capital baiana, era de que Alagoas e Maranhão serão representados, respectivamente, pelo vice-governador José Wanderlei Neto e pelo chefe de Gabinete do governo, Luís Pedro de Oliveira.

Na pauta dos governadores nordestinos estão previstas discussões sobre a necessidade de novos investimentos em saúde e a importância da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011 para atender ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Entre os governadores, até o tucano Cássio Cunha Lima (Paraíba) já declarou publicamente que é favorável à prorrogação da CPMF, divergindo dos senadores do PSDB, que travam queda-de-braço com o Palácio do Planalto.

Também está pauta dos governadores nordestinos a criação de fundações estatais, formatadas como entidades de direito público, instituídas com a finalidade de melhorar a gestão das equipes de saúde da família. O governador Jaques Wagner explicou que as fundações são mais ágeis e facilitarão a contratação de mão-de-obra para o setor de saúde. A meta é fortalecer, entre outros, o programa Saúde da Família.

A pauta de debates inclui a regulamentação da Emenda Constitucional 29, cujo texto estabelecerá que União, Estados e municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, percentuais mínimos da arrecadação de impostos. Estados ficam obrigados a destinar 12% do que arrecada para a saúde e os municípios destinam 15%. A emenda foi aprovada pela Câmara dos Deputados no último dia 31 de outubro.

Passa agora pela apreciação do Senado Federal. Ainda falta, segundo Jaques Wagner, detalhar com precisão o que é gasto em saúde, a fim de evitar que sejam mantidas variáveis legítimas ou ilegítimas. “Investir em saneamento é gasto com saúde ou não?“, indaga o governador, exemplificando. ”É preciso definir isso com absoluta clareza”, propõe. No final da tarde de hoje, os itens de consenso entre os governadores do Nordeste serão reunidos na Carta de Salvador, a ser divulgada pelos participantes do encontro, durante entrevista coletiva à imprensa.

Fonte: Jornal A Tarde

30 de novembro de 2007

Falta de vacina mata 20 mil crianças por ano

Uma pesquisa divulgada ontem mostra que o Brasil precisa investir mais na prevenção das chamadas doenças pneumocócicas (meningite, pneumonia e otite). O país gasta R$ 58 milhões anualmente com o tratamento desses males, que matam 20 mil crianças de até 5 anos por ano. São 512 mil novos casos de pneumonia e mais de 3 milhões de casos de otite anualmente.

O estudo foi feito pela Universidade Federal de São Paulo, Faculdade de Medicina da Santa Casa, Sociedade Brasileira de Pediatria e Organização Panamericana de saúde. A médica e coordenadora do trabalho, Gláucia Vespa, defende a vacinação de menores de 5 anos. “Se essa vacina fosse introduzida, a cada duas horas e 39 minutos, estaríamos salvando uma criança. Se considerar toda a população, salvaria uma pessoa a cada uma hora e 12 minutos”, afirma.

Como as doenças são transmitidas pelo ar, cada criança imunizada deixa de contaminar duas pessoas. Nos Estados Unidos, onde a vacina já é aplicada gratuitamente na rede pública, a incidência das doenças pneumocócicas caiu 98%. “O mais importante não é salvar o recurso, é colocá-lo no lugar certo. Porque é muito grave quando o recurso da saúde não é aplicado corretamente”, disse Gláucia.

Cada dose da vacina importada custa US$ 53 (R$ 94), mas o investimento se justifica, segundo ela. Uma única criança com pneumonia custa R$ 600 para o Sistema Único de saúde (SUS) com a internação. O governo aplica a vacina em crianças de alto risco.

De acordo com o Ministério da saúde, 20% das crianças atingidas por meningite pneumocócica morrem e 55% têm seqüelas. A doença é a que mais mata (22% dos casos). Além disso, 55% dos pacientes ficam com seqüelas graves. O mal atinge principalmente menores de 6 anos, crianças que tomam leite em pó e as que são internadas freqüentemente.

Em abril deste ano, instituições da área de saúde fizeram manifestação na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, passando abaixo-assinado para solicitar ao poder público a aplicação da vacina contra meningite nos postos de saúde.

Fonte: O Estado de São Paulo

30 de novembro de 2007

Artigo: Financiamento do SUS, por José Gomes Temporão

A população brasileira, a partir da Constituição de 1988, ganhou um direito que antes somente era reservado às pessoas que tinham recursos para pagar serviços de saúde particulares ou estavam cobertas pelo sistema público reservado apenas aos trabalhadores com carteira assinada. O marco legal determinou que a saúde é um direito de todos os brasileiros.

A partir de então, foi criado o Sistema Único de saúde. Hoje, 140 milhões de pessoas dependem exclusivamente do SUS para ter acesso aos serviços de saúde. As demais se beneficiam com freqüência de serviços, como campanhas de vacinação, vigilância sanitária, resgate de urgência, ações de combate a epidemias, transplante de órgãos e programas que oferecem medicamentos de alto custo. Uma rede de tamanha magnitude vem enfrentando diversos desafios. Umdeles é a questão do financiamento.

Neste ano, cerca de 40% dos recursos do Ministério da saúde provêm da CPMF, o que a qualifica como uma das mais importantes fontes de financiamento do sistema.

O Nordeste fica com um quarto do valor arrecadado e destinado à saúde. Isso por que todos os recursos são repassados integralmente para os Estados e municípios, que são responsáveis pela execução das ações de saúde localmente.

Em número, a região recebe R$ 4 bilhões para pagar as ações de saúde. Com os recursos, a CPMF paga cerca de 200 milhões de procedimentos de alta e média complexidades, o que significa serviços que vão de consultas especializadas a cirurgias.

Na Bahia, a contribuição pagou em 2006: 5 milhões de consultas, 10 milhões de exames, 2 milhões de raios-X, 1 milhão de ultra-sons, 451 mil procedimentos de tratamento do câncer, 510 mil hemodiálises, 59 mil ações para tratamento de doenças cardíacas e vasculares, 60 mil para doenças respiratórias em adultos, 61 mil para doenças respiratórias em crianças, 200 mil partos normais, 122 transplantes e 204 procedimentos coligados, 32 milhões de procedimentos ambulatoriais e 522 mil outras internações.

Na saúde, a CPMF é uma fonte segura de financiamento para o SUS. A saúde da população não pode se pautar pela indefinição em saber se, no próximo ano, o Ministério da saúde terá ou não recursos disponíveis para custeio e investimento da rede pública. O SUS deve estar pronto para receber as pessoas a qualquer momento, o que, volto a ressaltar, foi garantido pela Constituição.

Temos um sistema absolutamente inclusivo, que não discrimina sequer os que estão à margem de qualquer tipo de contribuição para a formação de seu orçamento.

Essa é a parte mais bonita e também o maior desafio do SUS: como administrar um sistema onde os gastos são sempre crescentes, já que o número de “associados” aumenta a cada dia, sem que se tenha um cálculo preciso de como esse acréscimo se dará ou em quanto tempo ou, ainda, quanto isso custará.

Na verdade, o SUS ainda é uma grande novidade. Embora esteja prestes a completar 20 anos, o que tínhamos antes era uma realidade totalmente diferente.

Após 20 anos de existência, é evidente que o SUS foi uma grande conquista da sociedade, mas que ainda precisa de melhorias.

Esse é um desafio diário e um compromisso do governo federal.

A grande questão que se apresenta hoje é como adequar o SUS à realidade, com a base de financiamento que o sistema tem hoje. Nesta discussão, a não-aprovação da CPMF seria uma tragédia. A ausência desses recursos deixaria o sistema de saúde em situação de colapso total, sem nenhuma possibilidade de enquadrar o sistema ao atendimento universal, como manda a Constituição. Não dá para fazer mágica.

Por outro lado, colocar recursos no sistema pura e simplesmente, sem mexer no padrão de gestão dos recursos, também é inadequado. Temos problema de gestão crônica, de subfinanciamento da saúde e uma baixíssima eficiência do gasto. Há uma crise extremamente grave e temos que mudar o padrão de gestão.

Exatamente por isso o governo propôs um novo modelo de gestão da rede hospitalar pública de fundações estatais de direito privado, projeto que já foi encaminhado para o Congresso Nacional. Além disso, na próxima semana, estamos lançando o PAC da saúde, que traz inovações como a contratualização dos Estados e municípios. Ou seja, para receber os recursos, eles farão uma espécie de contrato com o Ministério da saúde, que estabelece objetivos e indicadores de saúde que devem ser atingidos. Assim ficará mais transparente como se usa o dinheiro público, e a população será capaz de cobrar do seu gestor local.

* José Gomes Temporão é ministro da Saúde

Fonte: Jornal A Tarde

29 de novembro de 2007

Rejeição da CPMF pode provocar revisão na Emenda 29

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, disse nesta tarde no Salão Verde que, se o Senado não aprovar a prorrogação da CPMF, a Câmara vai retomar imediatamente a luta pela regulamentação da Emenda 29, que define recursos para a área da saúde.

Chinaglia se referiu ao fato de o texto da emenda aprovada pelos deputados prever mais R$ 24 bilhões em investimentos na saúde ao longo dos próximos quatro anos, dinheiro esse que viria em parte da CPMF.

Votações na Câmara
O presidente disse ainda esperar que a Câmara retome as votações o mais rápido possível, o que depende de uma reavaliação da liderança do governo, que prefere não votar medidas provisórias para não atrapalhar a votação, no Senado, da prorrogação da CPMF.

Orçamento
Chinaglia também acha possível o Congresso Nacional concluir neste ano a votação do orçamento da União para 2008, apesar de o líder do PT, Luiz Sérgio (RJ), já ter declarado que esse assunto também terá de aguardar a decisão do Senado sobre a CPMF.

Para Chinaglia, a aprovação do orçamento nos momentos finais do ano legislativo é uma novela que vem se repetindo. Ele lembrou, porém, que já existem movimentações no sentido de cumprir prazos.

Fonte: Agência Câmara

29 de novembro de 2007

Lula diz que PAC da Saúde será lançado quarta-feira e defende contratação de servidores

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou hoje (29) que lançará na próxima quarta-feira (5) programa para a área de saúde, conhecido como PAC da Saúde. Segundo ele, uma das medidas do plano é colocar médicos nas escolas públicas.

“Vamos fazer definitivamente uma revolução na saúde neste país”, disse Lula, em Colatina (ES), ao inaugurar restauração da BR 259. “Vamos garantir ao povo pobre o direito de fazer os exames de alta complexidade. Coisa que hoje só rico pode fazer. Pobre morre na fila esperando porque não tem vaga.”

No programa Café com o Presidente, do dia 5 de novembro, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, informou que o programa prevê médicos nas escolas públicas para examinarem os alunos duas vezes ao ano. Com essa medida, o governo espera descobrir problemas, como de visão, que prejudicam os estudantes na sala de aula.

Hoje, Lula voltou a defender a contratação de mais servidores públicos e atacou a imprensa por acusar o governo de inchar a administração federal.

“De vez em quando a imprensa me bate porque vamos contratar mais gente. Vamos contratar, sim. Se a gente quiser melhorar a saúde, tem que contratar mais enfermeira, mais atendente, mais médico. Se a gente quiser melhorar a educação, tem que pagar melhor salário para o professor, tem que contratar mais professor”, justificou o presidente. “Será que essas pessoas querem que o Estado não preste serviço à sociedade?”

Em Colatina, Lula participou da cerimônia que marcou a conclusão das obras de restauração da BR 259, que vai de João Neiva (ES) a Felixlândia (MG). De acordo com a Secretaria de Comunicação da Presidência, o governo investiu R$ 95,3 milhões nas obras.

Foi inaugurado o trecho de João Neiva a Baixo Guandu, na divisa do Espírito Santo com Minas Gerais. A rodovia é usada para escoar a produção de rochas ornamentais, confecção e agrícola do Espírito Santo e por turistas do Centro-Oeste.

Fonte: Agência Brasil

29 de novembro de 2007

Ministério da Saúde assina acordo para criação do Banco de Preços de Medicamentos do Mercosul

O Brasil e os outros quatro países membros do Mercosul (Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) assinam, nesta sexta-feira (30), acordo para a implantação do Banco de Preços de Medicamentos. O banco conterá os valores pagos por cada um desses países na aquisição de remédios, seguindo o modelo brasileiro, em que gestores de Saúde têm disponível esse tipo de informação em âmbito nacional. Ao facilitar negociações por preços mais baixos junto aos laboratórios, o sistema vai contribuir para ampliação do acesso aos medicamentos e insumos na região. O termo será assinado na reunião de Ministros da Saúde do Mercosul, em Punta del Este, no Uruguai. 

Representando o ministro da Saúde José Gomes Temporão, o presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Buss, assinará esse e os outros sete acordos firmados durante a reunião. Os projetos estão relacionados, principalmente, à Política de Medicamentos, à Política de Controle do Tabaco e do Câncer e já foram negociados entre os conselhos dos países membros e associados do Mercosul.

Na Política de Medicamentos, serão assinados ainda acordos que prevêem recomendações e diretrizes para o combate à falsificação de remédios e produtos médicos. Os ministros da saúde querem também um maior controle na promoção de produtos com impacto na saúde da população do Mercosul. O projeto inclui proposta de controle da publicidade de produtos na internet, TV a cabo, satélite e outros meios que ultrapassam fronteiras, podendo transgredir normas legais de cada país. Propõe também medidas corretivas para reduzir a exposição da população a propagandas que incentivam ao uso inadequado de produtos que podem provocar danos à saúde.

Na ocasião, os ministros de Saúde e representantes dos países membros e associados do Mercado Comum do Sul farão uma declaração de apoio ao chamado “Documento do Rio”, elaborado pelos países da America do Sul em setembro de 2007. O documento traz orientações sobre os regimes de patentes e acesso aos medicamentos para o Mercosul.

Durante o encontro, cada país do Mercosul apresentará um informe do estado epidemiológico da região. Serão apresentados dados referentes à Dengue, Cólera, Doença de Chagas, Febre Amarela e Tuberculose. O balanço epidemiológico do Mercosul permite fazer uma comparação dos números de casos dessas doenças na região para estabelecer medidas de controle.

A reunião de ministros da Saúde do Mercosul ocorre a cada semestre e está vinculada ao Conselho do Mercado Comum do Sul, do qual fazem parte ministros da Fazendo e das Relações Exteriores de todos os países membros e associados.

Controle do Tabaco
A pauta da reunião de ministros da Saúde do Mercosul prevê a apresentação do texto “Política para Diminuição de Acesso aos produtos de Tabaco”. O documento, que será submetido à aprovação, defende, em seu 4º artigo, o fim de medidas que permitam benefícios tributários ao tabaco.

A política é uma iniciativa do Mercosul para o cumprimento das medidas previstas no texto da Convenção Quadro – primeiro tratado internacional de saúde pública para o controle do tabaco, que entrou em vigor em fevereiro de 2005, após ser ratificado por 40 países – O objetivo é proteger a população das más conseqüências causadas pela exposição ao fumo e tratar a questão como de responsabilidade ética e social dos governos.  

De acordo com a organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é considerado a principal causa evitável de mortes no mundo. Cerca de cinco milhões de pessoas morrem, por ano, devido ao hábito de fumar e a estimativa da OMS é de que 10 milhões de óbitos serão relacionados ao tabagismo em 2030 – sendo 70% em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos.

Na política de controle do câncer, os ministros da Saúde do Mercosul assinarão termo para formação de grupo de trabalho voltado ao debate de ações sobre o tema. 

O câncer é hoje a segunda maior causa de morte no Brasil (150mil óbitos/ano) e a primeira no mundo (7,3 milhões/ano). São mais de 470 mil casos novos por ano, sendo considerado mais comum entre os homens os cânceres de próstata e pulmão e, em mulheres, os de mama e colo do útero. Em 90% dos casos o câncer de pulmão está diretamente ligado ao hábito de fumar.

Acesse os pontos fundamentais do documento do RIO

 

Agência Saúde
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29 de novembro de 2007

Audiência pública faz balanço dos 20 anos de luta pelo fim dos manicômios

Brasília – Uma audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados vai fazer hoje (29), a partir das 9h30, um balanço dos 20 anos da luta antimanicomial no Brasil.

O movimento ganhou força no país a partir dos anos 70, quando começaram a ser abolidos os manicômios e hospícios. Dados da OMC apontam que 12% da população brasileira têm algum tipo de transtorno mental, 3% possuem transtornos severos e persistentes e 9% transtornos mentais menores. Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 40 mil pessoas ainda estão internadas em hospitais psiquiátricos.

Participam da audiência, entre outros, o coordenador de Saúde Mental, Álcool e Drogas do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Delgado, e o psicólogo Fernando Tenório, da Secretaria Municipal de Saúde do Rio.

Fonte: Agência Brasil

 

28 de novembro de 2007

Coffito participa de Simpósio sobre regulamentação da medicina

Mais de 40 entidades reuniram-se nesta terça, 27, na Câmara dos Deputados, para debater a regulamentação da medicina. Os limites das atividades de cada uma das 14 profissões da área de saúde foram discutidas durante o 1º Simpósio Nacional sobre a Regulamentação da Medicina no Brasil, realizado pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. As discussões se deram em torno do Projeto de Lei conhecido como PL do Ato Médico – o PL 7703/06 do Senado -, que regulamenta o exercício da profissão. O relator, deputado Edinho Bez (PMDB-SC), tem realizado diversos eventos no País para ouvir todas as posições envolvidas. Ele anunciou que o parecer só será apresentado quando se esgotarem as discussões, em 31 de março.

Acordo no Senado

Uma questão que vem dividindo as opiniões diz respeito a um suposto acordo sobre a proposta enviada pelo Senado. As entidades médicas e a representante do Ministério da Saúde, afirmaram que todos concordaram com o parecer apresentado pela senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO). O presidente do Coffito, Dr. José Euclides Poubel, que esteve presente no Simpósio, refutou essa afirmação.

As entidades médicas defendem a proposta do Senado. Para elas, há algumas áreas e procedimentos que devem ser privativos de médicos para “garantir a segurança do paciente”. Porém, admitem que outros profissionais – como fisioterapeutas, enfermeiros e nutricionistas – têm um trabalho fundamental.

Já na avaliação dos fisioterapeutas, dos terapeutas ocupacionais e dos biomédicos, a proposta foi melhorada pelas negociações, mas está longe de ser um consenso. Representantes de diversas categorias alertam que o texto, ao prever procedimentos exclusivos para médicos, pode cercear o trabalho de outros profissionais da saúde. Segundo os deputados presentes, a Câmara deve aprofundar as discussões e mudar o que for necessário para que a sociedade tenha a melhor resposta.

Falta de consenso

Dr. Euclides destacou que as sugestões do Coffito devem ser contempladas no projeto a partir do que já existe hoje no mundo do trabalho. "Na prática, as profissões não se digladiam; elas buscam o melhor para o paciente, o que garante uma eficácia terapêutica", afirmou.
 
O presidente do Conselho demonstrou descontentamento em relação à condução do projeto que regulamenta a Medicina. Disse que desde as últimas audiências, ocorridas em setembro e outubro, na Câmara, tem-se falado em "acordo". Mas alertou que a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional não firmaram acordo algum. "O Coffito não busca criar divergências, mas quer buscar coerência no Projeto de Lei de acordo com a prática assistencial vigente, reconhecida cientificamente e que vem curando e auxiliando os brasileiros com resultados reconhecidos.

 

Sensibilidade social

 

Euclides chamou atenção para a responsabilidade social da questão. Para ele, a regulamentação de qualquer profissão deve tratar de maneira moral e social os limites de cada uma delas. “Apenas uma profissão não pode determinar o poder de toda área da saúde. Os médicos não tem o poder de prescrever o que os demais profissionais devem fazer ou como devem proceder dentro dos seus campos de atuação. Não é justo uma profissão se atualizar sem respeitar as outras”, disse.
E finalizou afirmando que a regulamentação precisa ser de todas as profissões da saúde, visto que todas elas são interdependentes. “Pedimos que o fato seja legislado para que seja transformado em lei, independente de interesses corporativos”, concluiu.  
Interesse dos pacientes
Segundo o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia, o interesse dos pacientes deve balizar as discussões. Ele disse que é preciso pensar na Medicina sob uma ótica moderna, interdisciplinar, na qual todos profissionais devem trabalhar em equipe.

De acordo com ele, nos últimos anos o debate tomou um viés corporativo que não serve aos interesses do paciente. Chinaglia alertou que a proposta deve deixar claro quem dá a última palavra e em que circunstâncias, pois é fundamental estabelecer responsabilidades. "Em saúde, cada um responde por seus atos", ressaltou.

O presidente se baseou em sua experiência como médico para dizer que não é admissível que interesses específicos se sobreponham aos interesses da sociedade.
 
Médicos querem exclusividade nos diagnósticos
O representante da Associação Médica de Santa Catarina, Roberto D’Ávila, afirmou na audiência pública sobre o Ato Médico que a questão central para a categoria é estabelecer como competência exclusiva dos médicos o diagnóstico e a prescrição do tratamento. "Sem isso, descaracteriza-se a Medicina como profissão. Todos os outros procedimentos, de prevenção e reabilitação, por exemplo, são partilhados com outras profissões", explicou.
Já os fisioterapeutas não concordam com essa posição. Os representantes da categoria argumentaram na audiência que todos os profissionais de saúde estão habilitados, cada um a partir de sua especialidade, a realizar um diagnóstico e a prescrever o que deve ser feito em sua área.
O presidente da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), encerrou os debates explicando que a intenção é chegar à melhor proposta possível para a sociedade. Ele disse ter escolhido o deputado Edinho Bez (PMDB-SC) como relator justamente pelo fato de ele não ser ligado a nenhuma das áreas da saúde.

Gestão do setor

O representante do Conselho Federal de Biomedicina, Marco Antônio Abraão, afirmou que a Medicina precisa ter a sua regulamentação. Porém, segundo ele, outras profissões regulamentadas, com atribuições definidas em lei, não podem ter seus direitos cerceados pelo Ato Médico. Entre os itens da proposta questionados por Abraão, está o inciso 1º do artigo 5º, segundo o qual serão privativas de médicos a direção e a chefia dos serviços médicos.