1 de novembro de 2018

A atuação do terapeuta ocupacional em pacientes com câncer de mama

A Terapia Ocupacional tem importante papel no resgate da imagem corporal da mulher após a mastectomia

Tomar banho, vestir-se, dirigir, cuidar da casa são apenas alguns exemplos de atividades diárias (Atividades de Vida Diária – AVD e Atividades Instrumentais de Vida Diária – AIVD), pequenas habilidades do dia a dia que resguardam a independência. Esta liberdade, no entanto, pode ser prejudicada após o tratamento oncológico, com alterações e transformações que dificultam a rotina e os afazeres. Essas são apenas algumas das consequências e novas realidades enfrentadas por mulheres que passaram por cirurgias de Mastectomia (retirada de toda a mama) ou Quadrantectomia (retirada do segmento ou setor da mama que contém o tumor).

Com o auxílio da Terapia Ocupacional, estes limites podem ser superados, segundo afirma a Dra. Janete Nascimento Abu Hanna, terapeuta ocupacional, mas que trabalhou por 26 anos no Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba e teve um longo período de atuação com as mulheres acometidas com esse tipo de câncer.

Segundo a Dra. Janete, no período em que atuou no hospital, as pacientes com câncer de mama eram encaminhadas para o tratamento de Terapia Ocupacional, normalmente, após a cirurgia. O ideal seria a atuação da profissão no início do tratamento, uma vez que o principal objetivo do terapeuta ocupacional é identificar as necessidades da mulher, seus sintomas atuais e o impacto que o câncer de mama e a cirurgia terão no seu cotidiano. Ao realizar um diagnóstico e intervenção precoce, o terapeuta ocupacional pode aperfeiçoar o desempenho ocupacional, favorecendo a independência, autonomia e consequente melhora na qualidade de vida. “A abordagem do terapeuta ocupacional acontecerá tanto na área psíquica quanto na funcional, diante das rupturas decorrentes das perdas sofridas no processo de adoecimento por câncer de mama. O profissional vai promover adaptações e novas formas de executar as atividades cotidianas da mulher, ressignificando a sua autoimagem e autoconfiança”, explica a terapeuta ocupacional.

O terapeuta ocupacional poderá oferecer ao paciente em tratamento oncológico atividades manuais, lúdicas, artísticas e expressivas, gerando autoconfiança, bem-estar e autoestima. Como profissional de saúde que trabalha de forma humanizada, faz-se o acolhimento, apoio, e orientação aos pacientes quanto aos seus direitos.

Durante o mês de outubro, todos os anos, diversas entidades reforçam a Campanha do Outubro Rosa para lembrar da importância da prevenção do câncer de mama, pois trata-se do tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. O Sistema COFFITO/CREFITOs aderiu ao movimento e durante todo o mês divulgou diversas informações sobre o tema.

De uma iniciativa das Terapeutas Ocupacionais do Hospital de Clínica de Curitiba, surgiu a cartilha de orientações sobre Saúde e Direitos aos cidadãos. O material foi produzido a partir da dificuldade das pacientes acometidas por câncer de mama de entenderem e buscarem os seus direitos. O material é constantemente atualizado e distribuído.