26 de abril de 2007

Fafibra se prepara para discutir a proposta de Estatuto Social

 

 

                “A democracia opõe-se à ditadura e ao totalitarismo, onde o poder reside numa elite auto-eleita". (Wikipedia)

 

Pois viva a democracia!

Viva o Movimento Ampliado de Reforma Compartilhada!

E viva o movimento Associativo brasileiro!

Isso mesmo: democracia – possibilidade de se expressar, direito de escolha, direito a ter direito de falar, de ser ouvido; e o mais importante: direito a promover a reflexão e as mudanças. Mudar para melhor, mudar olhando o outro e o bem comum – sim, pois o tempo hoje não é o da era das cavernas; ou na era A.C; ou ainda na chamada Idade das Trevas, onde o poder político da autoridade do chefe de família, do líder religioso, do coronelismo ou qualquer outra forma de imposição, propunha um modelo de política e de gestão engessado, inflexível e unidirecional. O tempo de hoje é o de pessoas livres, de um país democrático. Somos aproximadamente 100 mil profissionais e mais de 120 mil estudantes que, juntos, formamos uma comunidade de aproximadamente 250 mil seres livres, pensantes, que integram a Fisioterapia. E por acaso não fazemos parte desse universo onde a democracia nos permite avançar, mudar, optar?

O trecho acima poderia ser parte de um artigo sobre o processo democrático na construção do pensamento. Mas não é. É o começo da conversa com a fisioterapeuta Dra. Francisca Rêgo, diretora-secretária e coordenadora da Comissão de Educação do Coffito, sobre a Federação das Associações de Fisioterapia do Brasil.

A Fisioterapia, profissão da saúde regulamentada desde 1969 – mas advindo de um movimento associativo anterior a este período – parece viver hoje uma relação muito forte com modelo governamental à época. ‘Não esqueçamos que a nossa saudosa Associação Brasileira de Fisioterapia – ABF, hora sucumbida para dar lugar a outras entidades também nacionais, que supostamente deveriam representar verdadeiramente os interesses dos fisioterapeutas brasileiros, se perdeu ao longo do tempo. E será que seríamos capaz de saber por quê?

Essa pergunta surge no momento que vemos o nascimento de mais uma entidade associativa. A Federação das Associações de Fisioterapia do Brasil foi fundada no dia 2 de fevereiro deste ano, em Assembléia, por entidades associativas da Fisioterapia de todo o país.

A proposta surgiu de um encaminhamento do I Fórum Nacional de Políticas Profissionais da Fisioterapia (2005), referendado no II Fórum Nacional de Políticas Profissionais da Fisioterapia (2006), bem como nos 21 Pré-Fóruns Regionais em 2006. Ou seja, mais uma etapa de um processo democrático, construído pela vontade, trabalho e determinação de centenas de profissionais.

“Isso demonstra que estamos num caminho que vai envolver os mais diversos anseios referentes a representatividade no âmbito da fisioterapia”, destaca a Dra. Francisca Rego. Segundo ela, o grande objetivo da Federação é reunir as mais diversas propostas para discussão e encaminhamentos das questões de interesse nacional dos fisioterapeutas.

A vice-presidente do Coffito, Dra Ana Cristhina de Oliveira Brasil, destacou que o Coffito vem cumprindo seu papel no sentido de incentivar e apoiar a Federação das Associações de Fisioterapia do Brasil, em consonância com tudo o que foi deliberado nos mais diversos e importantes cenários de discussão profissional e acadêmica, desde que esta gestão assumiu o Conselho Federal. “Acreditamos que as entidades associativas conduzirão o processo de implementação da FAFIBRA da maneira mais democrática e responsável possível até sua concretização, que culminará na eleição legítima de seus dirigentes ".

Falta de democracia é coisa do passado
A fisioterapeuta Dra. Francisca Rêgo lembra que o nascimento da federação pode ser considerado um marco na história da Fisioterapia no Brasil. “Já identificamos na Fisioterapia uma cultura errada de desarticulação e envolvimento escasso, quando se trata de participação nas entidades de classe da categoria. Mas apenas apontar problemas sem colocar as cartas na mesa para todos é coisa do passado”, diz. “Desta vez o Coffito superou as expectativas e encabeçou uma tarefa inédita. Os profissionais estão empenhados em transformar a Federação em um espaço democrático da representatividade profissional na prática, não apenas na teoria”.

Segundo ela é preciso deixar o processo desencontrado e enfraquecedor pelo qual passou a organização política da Fisioterapia no passado. “A Federação terá um modelo organizacional que vai observar as especificidades de cada segmento associativo, bem como os conceitos e padrões sócio-culturais, regionais, geográficos e territoriais”, explica Dra. Francisca.

Para o presidente do Coffito, José Euclides Poubel, a Federação representa um processo democrático, forte, capaz de unir os profissionais em torno do ideal de garantir o melhor para os profissionais, acadêmicos, pesquisadores e usuários. Ainda segundo ele, o trabalho já está rendendo muitos frutos e o Coffito tem orientado a revitalização de associações, além de participar de reformas democráticas. “Respeitar o espaço legítimo de cada entidade associativa; defender que eles sejam representadas pela Federação; garantir o direito de associação e defesa da vontade dos profissionais. Tudo isso é pensar de forma democrática; e é disso que estamos falando”, afirma o presidente.

Fortalecimento da profissão
Dr. Fernando Pierette Ferrari, coordenador do CICAT, afirma que o Estatuto vai consolidar um trabalho minucioso que vem sendo realizado pelas entidades. “Elas (as entidades) estão começando de fato a cumprir o papel de estimular os profissionais para o intercâmbio das informações técnico-científicas”.

Dr. Fernando Ferrari destacou que a Federação, ao congregar os diferentes tipos de organizações associativas da Fisioterapia – ensino e pesquisa, especialidades e relacionadas à questão sócio-cultural – elevam a categoria a um patamar diferenciado na seara das profissões. “Esta iniciativa confere mais dignidade à Fisioterapia. Somente uma categoria bem organizada, que ouve e se faz ouvir plenamente pode ser digna de respeito por parte da sociedade”, avalia.

Ele destacou ainda que a discussão de honorários e de parâmetros assistenciais “são pautas importantes e urgentes que devem ser discutidas no âmbito da organização associativa”. Existe uma comissão que está tratando do assunto. “Precisamos sensibilizar a categoria para a importância da participação e do envolvimento nestes movimentos e nos espaços de discussão e deliberação”, ressalta Dr. Fernando.

O CICAT
O CICAT – Comitê Interdisciplinar Científico, Acadêmico e do Trabalho – tem como missão congregar pessoas, entidades e instituições em prol do desenvolvimento e crescimento científico, acadêmico e do trabalho no marco da inter-relação e com o objetivo de Fortalecer e incentivar a criação e organização das entidades de classe e a multiplicação de lideranças, no intuito de possibilitar o crescimento da Fisioterapia dentro de um projeto sócio-político adequado às necessidades da população brasileira, reafirmando a autonomia profissional. Assim, cumpriu o seu papel e visando cumprir o seu papel sóciopolítico. Agora é com a Federação; ou seja, com todos os segmentos associativos do Brasil que, nos próximos dias, debaterão o Estatuto Social da Federação das Associações de Fisioterapia do Brasil – FAFIBRA.

Agora é com você. Crescemos, construímos, ou ficamos quietos esperando que alguém nos diga o que fazer?

A Federação é de todos nós; é da fisioterapia, é do Brasil!