17 de maio de 2007

Denúncia de deputada sobre franquia da quiropraxia causa reações

Após denúncia da deputada federal Alice Portugal sobre financiamento internacional do projeto de lei da quiropraxia (PL 4199/01), deputados e profissionais reagem e cobram providências.
 
O PL 4199/01, de autoria do deputado Alberto Fraga (PMDB), define como ato privativo do graduado em Quiropraxia a análise diagnóstica dos distúrbios biomecânicos do sistema neuro-músculo-esquelético, interferindo diretamente na atuação de profissionais da saúde como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e médicos.
 
“Trago uma denúncia que mostra a existência de uma campanha internacional de arrecadação de recursos para sustentar um lobby que representa poderosos interesses privados estrangeiros, que, na ânsia de multiplicar seus lucros, cobiçam o mercado educacional brasileiro”, denunciou Alice Portugal no plenário da Câmara dos Deputados ontem (16) em Brasília.
 
A denúncia parte de matéria publicada no jornal norte-americano Dynamic Chiropractic que sugere que parlamentares brasileiros são financiados para que a Quiropraxia seja regulamentada no país. O jornal também estampa notas do real em sua capa.
 
“Vamos exigir que informem quem são os deputados”, reagiu o deputado Chico Lopes (PCdoB) com o jornal em mãos.
 
A presidente da Associação Brasileira de Fisioterapeutas Quiropraxistas (Abrafiq), Drª. Inês Nakashima, foi à Câmara “notificar os deputados do perigo que é o projeto de lei 4199/01” e afirmou que quiropraxistas graduados ligados à Associação Brasileira de Quiropraxistas (ABQ) há muito tempo tentam tomar ações que são prerrogativas da Fisioterapia. “São 125 profissionais fruto de duas universidades privadas que querem lutar com dinheiro e não com respaldo ético ou científico contra mais de 100 mil fisioterapeutas”, conclui Drª. Inês Nakashima.
 
O Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, deputado Ricardo Izar, solicitou que a denúncia seja encaminhada ao conselho para que inicie a apuração dentro da Casa.
 
Relatora contrária ao projeto na Comissão de Educação e Cultura em 2003, a deputada Alice Portugal ressaltou, ontem (16), que educação “não é comércio no Brasil e muito menos negociada com estrangeiros. E nós não podemos admitir franquias como o jornal e o jornal eletrônico da dinamyc chiropractic denuncia.”
 
“O Coffito não descansará enquanto não apurar os fatos reais e tomará as providencias cabíveis. Consideramos uma denúncia grave e que demonstra cada vez mais que este projeto deve ser rejeitado”, conclui a vice-presidente do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Drª. Ana Cristhina de Oliveira Brasil.
 
(Por Thaís Dutra)