28 de maio de 2007

II Congresso Brasileiro de Fisioterapia em Cancerologia: A fisioterapia é matricial; ela perpassa por todas as áreas

O título é trecho da palestra da fisioterapeuta Dra. Roberta Costa, durante o II Congresso Brasileiro de Fisioterapia em Cancerologia, realizado nos dias 24 a 26 deste mês em Curitiba, no Paraná.

A fisioterapia oncológica vem ampliando seu espaço na equipe multiprofissional. Com atuação global, desde a prevenção em todos os níveis, pré e pós-operatórios com diminuição de tempo de internação e de seqüelas próprias das terapêuticas do tratamento oncológico. O tratamento paliativo, aliado às novas tecnologias e à assistência domiciliar, tem dado uma sobrevida com um grande salto de qualidade para as pessoas que desenvolvem câncer, incluindo-se aí os cuidados e a atenção a seus cuidadores.

Esse foi o tom dos debates do evento que reuniu a sociedade científica e especialistas da área na intenção de firmar uma parceria com o Ministério da Saúde e subsidiar a área técnica com o consenso sobre alguns temas específicos da Fisioterapia em Cancerologia.

Na abertura do evento, com a palestra “SUS e Oncologia na Fisioterapia”, a Dra. Roberta Maria da Costa apresentou alguns dados e indicadores da Secretaria de Atenção à Saúde, em conjunto com o INCA (Instituto Nacional do Câncer) que fazem parte do trabalho que vem desenvolvendo sobre o diagnóstico situacional da Fisioterapia tanto no SUS quanto na saúde suplementar, especialmente na área de cancerologia. 

Os dados refletem a assistência oncológica no SUS. Assim sendo, se faz necessário realizar uma inter-relação com a assistência fisioterapêutica para subsidiar os profissionais na elaboração de protocolos e na avaliação e acompanhamento por parte dos gestores das ações da Fisioterapia na Rede de Oncologia.

Um dos aspectos abordados pela Dra. Roberta foi a questão do padrão fragmentado dos serviços de saúde dos sistemas municipais e estaduais. Aliados à insipiência dos dispositivos de coordenação entre suas unidades assistenciais, isso tem dificultado o fluxo dos pacientes referenciados, que em geral enfrentam as mais diversas barreiras ao acesso, restando aos usuários disputar com a demanda espontânea a sua chance de receber os serviços que lhe foram prescritos ou necessários. Assim, um processo de integração deve formalizar-se através de um organograma de fluxo assistencial.

Ainda durante a palestra, a Dra. Roberta Costa também mostrou a organização dos Centros de Referência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) e a inserção da Fisioterapia nesses Centros. Segundo ela, apesar dos gastos e da quantidade de procedimentos oncológicos no SUS, ainda há muito o que ser feito em resposta aos desafios da organização e da operação da Rede Assistencial de Alta Complexidade em Oncologia. A fisioterapia passou a ser pendência inabilizante, ou seja, para o credenciamento de um Centro há necessidade do mesmo possuir um serviço de fisioterapia especializado.
Dra. Roberta lembrou ainda que se faz necessário e urgente organizar e ampliar a assistência em Fisioterapia, matricial às políticas nacionais de atenção básica e especializada, urgência e emergência e outras que tenham interfase com esta área. Estabelecer parâmetros de distribuição geográfica dos serviços de Fisioterapia; a qualidade técnica necessárias, mecanismos de regulação, fiscalização controle e avaliação da assistência prestada.

O conselheiro federal Dr. Luiz Bertassoni e a assessora técnica do Coffito, Dra. Ingridh Farina, participaram do evento. Segundo eles, a abordagem da palestrante da vem ao encontro de um anseio da categoria e do planejamento estratégico do Coffito em relação aos estudos sobre implementação dos Parâmetros Assistenciais em Fisioterapia. Um dos pontos fortes da palestra foi reafirmar que as sociedades científicas da Fisioterapia podem e devem cooperar subsidiando nestes estudos e na elaboração de protocolos de atenção visando padronizar o atendimento e proporcionar melhores condições de trabalho.

Agência Coffito com informações da Assessoria Técnica