29 de agosto de 2007

I Conafisc: o que pensa quem participou?

Durante três dias – de 23 a 25 este mês – Brasília foi palco do primeiro evento que pautou, nacionalmente, a temática da fisioterapia na saúde coletiva. O I Congresso Nacional da Fisioterapia na Saúde Coletiva – Conafisc reuniu mais de 300 inscritos e teve mais de 200 trabalhos científicos apresentados na I Mostra Nacional da Fisioterapia na Saúde Coletiva.
 
 
Com todas as expectativas superadas, o evento foi motivo de orgulho e reconhecimento para os profissionais. Para o presidente do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – Coffito, Dr. Euclides Poubel, o trabalho em equipe é o diferencial. "O sonho, a estratégia de planejamento e a execução deste evento foram traçados coletivamente, e vocês são os próximos responsáveis por influenciarem e implementarem as estratégias traçadas aqui, também de forma coletiva”, disse aos participantes.
 
 
 
 
 
 
 
E qual a avaliação dos participantes? A Agência Coffito entrevistou alguns deles para saber. Nas suas palavras, uma convicção em comum com as centenas de outros participantes: o I Conafisc foi um momento ímpar para a fisioterapia no Brasil.
 
Confira alguns depoimentos.

 

    “Fiquei extremante feliz com este evento. Aqui concretizamos a idéia isolada de muitas pessoas que agora poderão se reunir em grupos para discutir a questão. Uma coisa é querer fazer, a outra é colocar em prática. Então nós percebemos, até dentro das rodas de discussão, como cada um percebe este trabalho, e o interessante é que a discussão conceitual do que é saúde coletiva, tem que ser feita com todos os profissionais de saúde e não somente com a fisioterapia para conseguirmos colocar em prática exatamente o que esperamos.  
    Nas rodas de conversa a gente percebeu que existem mais pessoas querendo atuar nesta área, já trabalhando inclusive, apesar de que os dados que tivemos é de que existem 0, 17% dos profissionais atuando nesta área. Mas o  interessante é a vontade das pessoas em fazer desta maneira, isto foi gratificante: ver a disposição dos fisioterapeutas em trabalhar com esta população de baixa renda que geralmente é atendida pelo SUS. Levo daqui muita disposição, estou renovada, porque temos a noção que estamos sozinha nesta área e aqui vimos que existem muitas pessoas com a mesma vontade que nós, de trabalhar nesta área”.
Regina Célia da Cruz- Universidade Federal do Paraná;
assistente social e estudante do 5° período de Fisioterapia
 
 
"O SUS é o maior empregador na área da saúde e mesmo com suas distorções, é inegável que temos no Brasil um dos melhores sistemas públicos de saúde do mundo, e junto com ele a melhor Fisioterapia. Este é um fato ratificado por diversos profissionais do exterior. O ‘casamento’ do SUS e a Fisioterapia vem se estruturando há algum tempo, com intervenções eficazes do sistema COFFITO/CREFITOS em parceria com os gestores de saúde, sobretudo os profissionais. 
O CONAFISC representa um marco histórico para a Fisioterapia. Foi uma oportunidade ímpar de analisarmos, debatermos e, sobretudo, sermos propositivos no tocante à Fisioterapia que temos e a Fisioterapia que queremos, no âmbito da Saúde Coletiva. Precisamos construir juntos (profissionais do SUS, do ensino, estudantes, usuários e gestores) o perfil do Fisioterapeuta na Saúde Pública. Só assim conseguiremos efetivamente os avanços que ainda faltam para nossa inserção na Atenção Básica do Sistema. Um grandioso passo foi dado neste evento. Tudo que é realizado de forma despretensiosa, sem vaidades e objetivos meramente políticos é um sucesso. O I CONAFISC é prova disso. Parabéns a todos!"
 
 
                             Dr. Fabiano Moreira da Silva –
Coordenador de Ensino e Docente em Fisioterapia, 
Mestrando em Saúde da Família e Conselheiro do COFFITO
 
 
 
    A primeira impressão foi inspiradora porque este é um momento histórico. Este movimento já ocorre há algum tempo com algumas pessoas que vem se articulando. Mas quando você enxerga de perto a quantidade de pessoas que estão envolvidas nesta área é impactante. Eu tenho plena certeza que os encaminhamentos deste evento serão cruciais – tanto para o núcleo da fisioterapia quanto para o campo da saúde coletiva – e acho que, principalmente, que para o  Sistema Único de Saúde e seus usuários. Na roda de conversa sobre integralidade, por exemplo, estudantes, docentes, profissionais do serviço, gestores – isso numa riqueza de experiência vivência e ansiedade de novos conhecimentos – fez com que as pessoas saíssem dali com a sensação de crescimento profissional em termos de troca de experiência, e um bom disparador. Eu levo muita vontade e novas proposições e a certeza de quer não estamos sozinho nesta atuação.
Antônio Neves Ribas, atua na gestão da média
complexidade em Aracaju
 
 
    
"Gostei do evento e achei muito interessantes as discussões da Oficina de Assistência Fisioterapêutica. Tivemos tempo para ouvir as experiências de cada um do grupo. Ainda sou estudante, mas já atuo em assistência em saúde coletiva, porque a formação na universidade em que estudo é baseada na comunidade. Nós temos projetos embasados na saúde coletiva, que iniciam no primeiro período e têm continuidade até o último período do curso".
 
Maria Silvia Martins Mango, acadêmica
do 6º período da UFPR/Campus Litoral
 
 
 
 
"As contribuições dos participantes foram interessantes, mas sabemos que ainda falta conhecimento por parte dos profissionais em gestão pública de saúde. É preciso uma visão ampliada da gestão. Os condutores do grupo chamaram atenção para um olhar diferente, ampliado da gestão. Uma visão sobre a importância do trabalho em conjunto, para que a saúde realmente funcione, e que seja de qualidade".
José Arnóbio de Abreu Júnior, secretário de Saúde
do município de Pendências/RN. Participante do Grupo de Gestão
 
 
 
    “Pudemos utilizar das experiências do passado para construir perspectivas de futuro. Foi fundamental, porque aliou a realidade de quem está no serviço de gestão à participação de estudantes que representam entidades”,
 
Eduardo Santana, professor da Universidade Social da Bahia
 
 
"As discussões demonstraram um avanço importante. O amadurecimento já aconteceu, já está se falando em termos de políticas e diretrizes. E a fisioterapia precisa se aproximar mais das instâncias que fazem gestão no nosso país”.
 
Robson Neves, professor da Universidade Social da Bahia