8 de setembro de 2007

Ministério prevê medidas para estimular doações de órgãos Brasília

Brasília – O coordenador do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Abrahão Salomão Filho, disse que o número de doações de órgãos no Brasil está em queda. “Houve um retrocesso importante e gradual nos últimos três anos”, admitiu.

Os dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) revelam que o número de doações, só no primeiro semestre deste ano, foi de 5,4 doadores por milhão de população (pmp), e representa menos de 25% da lista de espera. O Registro Brasileiro de Transplantes divulgado pela ABTO mostra ainda que em 2004, a taxa foi de 7,3 doadores pmp, em 2005,  de 6,4 pmp, e 6,0 em 2006.

Salomão Filho explicou que pretende adotar medidas efetivas para, a curto prazo, melhorar as doações de órgão no país. Entre essas medidas, ele destacou a de colocar técnicos nos hospitais que atendam pacientes com traumas graves e com serviços de UTI. Segundo o coordenador, essas pessoas fariam parte de comissões intra-hospitalares de procura ativa de órgãos.

O coordenador do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde também disse que é importante ampliar o quadro dos “doadores estendidos”, àqueles que antes não preenchiam os critérios ideais de doação, mas que agora passariam a integrar uma lista de possíveis doadores. E ainda a “manutenção” das campanhas de esclarecimento da população, através de nomes famosos que ajudem a divulgar a importância da doação de órgãos.

Salomão Filho explicou que para aumentar a captação de órgãos em todo país é preciso reativar as Centrais de Notificação, Capacitação e Distribuição de Órgãos (CNCDO). “ Todos os estados tem uma central de doação que se chama CNCDO. Cada central dessas, tenta organizar o programa de transplantes na respectiva cidade e estado. Existem CNCDOs municipais e estaduais. Então, estamos pensando em utilizá-las de maneira mais positiva”.

Ele ressaltou que tem sido procurado pelos coordenadores dos CNCDOs com idéias que podem contribuir para melhorar a captação de órgãos. “Isso é importante, um diálogo mais próximo com as centrais para que a gente possa ampliar esse número de doações. Essa é a nossa meta, esse é o nosso desafio” disse Salomão Filho.

O coordenador informou ainda que dentro do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde existe um “grupo de educação continuada”, mobilizado durante todo o ano para fazer campanhas de esclarecimento de doação. “Esse grupo está extremamente motivado para ir a todos os lugares que as CNCDOs solicitarem para que façam campanhas locais de educação na área de transplantes”.

 

No Brasil, cerca de 70 mil pessoas aguardam na lista de espera por um transplante. Os dados da ABTO revelam ainda que o país realiza cerca de 17 mil cirurgias de transplantes por ano.

Fonte: Agência Brasil