19 de setembro de 2007

Haddad defende aumento de investimentos na educação

São Paulo – Ao comentar ontem (18) à noite, em São Paulo, estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu o aumento dos investimentos na educação. O estudo apontou o Brasil como o país que menos investe em educação, entre os 36 pesquisados pela organização.

Em relação ao gasto por estudante, o país ficou em último lugar, com US$ 1.303 investidos por ano. A quantia equivale a 17,2% da média dos gastos dos países da OCDE, de US$ 7.572 anuais por aluno, e representa pouco mais de um décimo do investido pelos Estados Unidos, que lideram a lista com US$ 12.082.

Na comparação dos gastos com a riqueza do país, o Brasil aplica apenas 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação, à frente da Rússia (3,6%) e da Grécia (3,4%), os últimos colocados.

De acordo com o ministro, a sociedade não pode se conformar com o nível de investimento atual na educação brasileira. "Nós entendemos que o país, com a dívida educacional que tem, não pode se conformar com esse nível de investimento. O Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE) deve agregar 0,7% do PIB ao investimento em educação, como contrapartida federal", disse Haddad.

Ele também defendeu que os municípios e estados devem "fazer o mesmo esforço da União" para que, em um prazo de quatro a cinco anos, se possa chegar "a um patamar de sustentabilidade da reforma educacional".

Em entrevista, o ministro também comentou reportagem publicada ontem (18)  no jornal O Globo sobre má qualidade de alguns livros de história que estão sendo utilizados nas escolas públicas. O ministro rebateu a matéria, afirmando que o livro citado já estava excluído do guia de 2006 do Ministério da Educação. "Os dirigentes e funcionários do MEC não devem e não podem participar da seleção dos livros. Quem pré-seleciona é uma comissão de especialistas das universidades, e a escolha dos livros cabe ao professor da escola pública", disse.

O ministro participou na noite desta terça-feira das comemorações de um ano do Compromisso Todos pela Educação, criado por representantes de diversos setores da sociedade com o objetivo de oferecer uma educação pública de qualidade até o ano de 2022, quando será comemorado o bicentenário da Independência do Brasil.

Fonte: Agência Brasil