5 de novembro de 2007

Especial 1: Municípios têm participação recorde nas preparatórias da Conferência Nacional de Saúde

Brasília – A primeira vitória da 13ª Conferência Nacional de Saúde, que será realizada de 14 a 18 deste mês foi a participação recorde dos municípios nas conferências preparatórias para o encontro nacional. O resultado surpreendeu até mesmo os mais otimistas, como o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Francisco Júnior. Foram realizadas mais de 4.350 conferências municipais, em quase todos os municípios brasileiros, que são 5.562.

“Fomos positivamente surpreendidos com todas as expectativas sendo superadas, o que, para nós, mostra a capacidade de mobilização dos militantes do Sistema Único de Saúde (SUS), da população brasileira, em torno da sua maior conquista, que precisa ser realmente não somente preservada mas ampliada”, afirmou.

Foi a primeira vez, na história das conferências nacionais de saúde, que foram realizadas etapas municipais. Até a 12ª conferência, realizada há quatro anos, não havia esse tipo de participação. O governo entendia que muitos municípios tinham dificuldades para organizar as conferências, fossem de ordem técnica, financeira ou estrutural.

Francisco Júnior lembrou que, anteriormente, eram realizadas conferências regionais, que congregavam vários municípios de determinada região. Segundo ele, outro fato importante em relação às conferências municipais deste ano foi que estados que historicamente têm dificuldades para promover conferências, como o Amazonas, por exemplo, conseguiram realizar quase todas as conferências municipais. O Acre, o Amapá e o Pará tiveram o mesmo resultado.

De acordo com o secretário de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, Antônio Alves, a participação dos  municípios foi de 79,3%. “Isso é uma vitória, considerando que a realização da etapa municipal não é obrigatória.” Segundo Alves, além dos conselhos de saúde estarem mais organizados do que há quatro anos, os gestores municipais têm mais consciência da importância da participação da sociedade na definição dos rumos do SUS, criado em 1988. “É uma maior conscientização, uma consciência sanitária mais aprofundada por parte dos brasileiros e brasileiras”, explicou.

Segundo cálculos da representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) no Conselho Nacional de Saúde, Maria do Socorro, a participação dos municípios rurais com menos de 50 mil habitantes também contribuiu para o aumento da participação dos municípios nas pré-conferências. “Essa foi uma das conferências que mais mobilizaram no país. O local está se mobilizando em torno da sua realidade e trazendo o debate acumulado para o âmbito nacional. Então é um dos anos que mais se mobiliza e mais se realizam conferências no país”.

Fote: Agência Brasil