25 de novembro de 2007

Com saúde, funcionários trabalham melhor, avalia técnica em segurança do trabalho

Brasília – O aumento no número de registros de doenças e acidentes do trabalho levou parte dos empregadores a investir em políticas de prevenção. Em Brasília, por exemplo, uma empresa de telemarketing encerrou ontem (23) a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho.

"Com melhor saúde, certamente eles poderão trabalhar melhor", garantiu a técnica em segurança do trabalho Ana Paula de Araújo, que coordenou as atividades.

Com palestras sobre ergonomia e combate às doenças ocupacionais, ela também promoveu sessões de massagens e exames para medição de glicemia e de pressão sangüínea entre os funcionários.

Na empresa, segundo Araújo, há quatro anos, são dadas aulas de ginástica laboral com duração de dez a 15 minutos três vezes por semana. Nos outros dias, os operadores de telemarketing podem marcar sessões com um massagista, dentro da firma, e fazer exercícios individuais a qualquer hora, na própria mesa de trabalho, com um bolinha fisioterápica.

"Nem é preciso levantar e, assim, eles evitam a tendinite, dentro do programa de prevenção à lesão por esforço repetitivo", lembrou. A LER, sigla pela qual é conhecido esse tipo de lesão, responde por 49% – quase metade – dos casos de doenças ocupacionais, segundo o Ministério da Previdência Social. Estima-se que, incluídos os gastos indiretos, esses problemas  de saúde custem até R$ 40 bilhões por ano à Previdência.

Para a operadora de telemarketing Raimunda Paiva de Lima, a prática da ginástica laboral produz resultados efetivos na saúde do trabalhador. Ela se queixava de fortes dores nas costas, decorrentes de uma jornada de seis a oito horas diárias, sentada diante do computador.

“A ginástica ajuda a gente a relaxar. As dores no corpo saem todas. Podia ter todo dia”, disse. Mas lamentou que alguns funcionários ainda prefiram forçar o ritmo de trabalho, por conta da produtividade: "Eu chamo muita gente para os exercícios, mas quase ninguém vai. E é essencial que o próprio trabalhador essa iniciativa".

A técnica Ana Paula Araújo também lamentou que a maioria dos empregadores não leve a sério a segurança do trabalho. "Eles acham que é tempo perdido. Na verdade, ainda estão engatinhando nessa área e há muita coisa a ser mudada", afirmou. E anunciou que ainda neste final de ano será implantado na empresa um programa, em parceria com um grupo de fonoaudiólogos, para prevenir problemas específicos de voz, já que o operador de telemarketing passa grande parte do dia falando ao telefone.

Fonte: Agência Brasil