11 de abril de 2008

Parlamentares alemães diminuem restrições sobre célula-tronco

BERLIM (Reuters) – O Parlamento alemão aprovou na sexta-feira diminuir as restrições às pesquisas com células-tronco, mas as mudanças não foram tão amplas quanto esperavam muitos cientistas.

 

Segundo o projeto de lei aprovado pelo Bundestag (câmara baixa do Parlamento), os pesquisadores poderão importar células-tronco criadas antes de 1o de maio de 2007 ao invés de utilizar apenas as células existentes antes de 2002, conforme prevê a lei atual.

 

A pesquisa com células-tronco tem gerado polêmica na Alemanha devido aos experimentos nazistas ligados à criação de uma "raça superior."

 

Seis anos atrás, o Parlamento vetou a produção de células embrionárias a partir de linhagens de células-tronco já existentes.

 

A fim de garantir que laboratórios estrangeiros não produzissem linhagens de célula para o mercado alemão, a lei também proibiu que os cientistas alemães manipulassem quaisquer linhagens criadas depois de 1o de janeiro de 2002.

 

Os cientistas reclamam que as restrições impostas na Alemanha os impedem de acompanhar os avanços mundiais no setor. E alguns pesquisadores defenderam que as atuais restrições fossem canceladas por completo.

 

As leis alemãs são mais rigorosas do que as de outros países europeus, entre os quais a Grã-Bretanha e a Suécia, e os pesquisadores mostraram-se frustrados com o fato de não poderem integrar projetos internacionais que utilizem linhagens de célula criadas a partir de 2002.

 

No entanto, os que acreditam que a vida começa na concepção defendem que as células deveriam ser retiradas de adultos e não de embriões. A Conferência dos Bispos Alemães manifestou-se contrária à revisão das restrições.

 

(Reportagem de Kerstin Gehmlich)